CInema Brasileiro

RESENHA

Com base nos dois textos de Paulo Emílio, “ Cinema: Trajetória do subdesenvolvimento” e “A expressão social dos filmes documentais no cinema mudo brasileiro (1898-1930), somados aos dois capítulos do livro “Cinema brasileiro: Propostas para uma história”, A Cavação e Presença Importada, de Jean-Claude Bernardet, conseguimos traçar um retrospecto do surgimento do cinema brasileiro e de suas razões e dificuldades enfrentadas até hoje devido a presença estrangeira desde o início e ao tipo de colonização que tivemos.
Paulo Emílio, historiador e crítico de cinema, nos apresenta uma visão dura sobre como enfrentamos a colonização e o colonizador e como nossa relação com o ocupante nos impediu de lutar contra a influência cultural estrangeira em prol de uma cultura brasileira mais original.
Em “Cinema: Trajetória do subdesenvolvimento”, o autor nos mostra como este estado de subdesenvolvimento dificultou e dificulta a produção cultural nacional frente aqueles que nunca passaram por ele. Não somente, somos apresentados a casos de outras indústrias cinematográficas subdevenvolvidas, como a hindu e a árabe, em contraponto com a brasileira, pois esta última, devido a suposta “semelhança” com os colonizadores e com o Ocidente, não apresentou dificuldades em absorver os produtos culturais estrangeiros, mas pelo contrário, decidiu incorporá-los e copiá-los, pois existia e ainda existe um desejo, principalmente da elite, de se igualar às metrópoles, através da reprodução das informações emitidas por elas. É neste contexto que se encaixa a frase “nada nos é estrangeiro, pois tudo o é.”
A partir desta introdução, fica mais fácil entender o início do cinema brasileiro e seu desenrolar através da história sem que ele conseguisse se afirmar como produto lucrativo e de sucesso. “Não é possível entender qualquer coisa que seja ao cinema brasileiro, se não se tiver sempre em mente a presença maciça e agressiva, no mercado interno, do filme estrangeiro, importado quer por