Ciencias Sociais
Por ser moradora da região da Zona Leste, desde a infância ouvia muito sobre o papel da Igreja Católica nos “anos de chumbo”, vividos durante a ditadura militar. Sempre escutava os mais velhos contarem e recontarem lembranças saudosas acerca da importância dos jornais populares da época na construção de uma democracia que despontava “lenta e gradualmente” no solo brasileiro por volta dos anos de 1980.
Somente mais tarde, com o passar dos anos - durante a graduação - tive a oportunidade de acompanhar diferentes grupos e lutas sociais em São Paulo e, então, reconhecer o valor da comunicação popular numa sociedade repressiva ou até democrática. Entre os movimentos que acompanhei, chamoume atenção os que prezavam democratizar a comunicação por meio do exercício da comunicação popular. Como exemplo, cito as rádios comunitárias que conheci, entre elas, a que mostrei a vocês na Contextualização desta unidade: a rádio Favela.
Com o término da graduação, tive o desejo de conhecer com maior profundidade acadêmica a comunicação popular e alternativa da Zona Leste de
São Paulo. Sendo assim, iniciei meus estudos de Pós-graduação e inclusive, o mestrado, na área. Portanto, não se espante se ao longo de nossa disciplina, eu trazer dados e exemplos relacionados à minha pesquisa. Isso pode nos auxiliar a compreender a Comunicação Comunitária. Além da Comunicação Comunitária me acompanhar na vida acadêmica, realizei inúmeros vídeos-documentários em comunidades diversas, como exemplo maior cito a de Heliópolis. Lá, acompanhei o trabalho de uma rádio comunitária e de um cinema popular, feito inteiramente por moradores da