CIE

Em 1944, a Casa dos Estudantes do Império (CEI) foi pensada e criada como uma extensão da política imperial do Estado Novo. No entanto, e ao contrário do que era esperado, consolida-se desde muito cedo como o “berço” de uma nova geração de oposicionistas. Esta comunicação propõe uma visão de conjunto sobre o quotidiano desta associação, analisando-a como ponto de encontro de diversas influências, explorando-a como espaço de socialização, sendo simultaneamente anti salazarista e anti colonialista. Relacionando-a com a formação de uma elite que se constituirá, em muitos casos, como parte integrante do percurso dos movimentos de libertação das colônias portuguesas.
Como foi criada durante a ditadura salazarista, a CIE devia apoiar e controlar estudantes das colônias. Porém, não conseguiu o controle e a Casa teve um papel fundamental para as lutas de independência.
A Casa dos Estudantes do Império foi pago pelo Governo Português, como uma forma de apoio aos estudantes das colônias portuguesas que estavam em Lisboa para os seus estudos superiores. Apesar de muitos brasileiros visitarem a casa, ela foi, sobretudo um lugar de encontro para estudantes africanos.
A casa é oferecida, além de uma cafeteria, assistência médica, bem como um programa cultural e desportivo. A união surgiu em torno de 1944-1945 e resultou da fusão da Casa dos Estudantes de Angola (est. 1943), a Casa dos Estudantes de Moçambique (fundada 1944) e a Casa dos Estudantes de Cabo Verde (est. 1944).
Embora a instalação fosse mantida pelo Governo Português, a Casa dos Estudantes do Império, acabou por vir a ser o berço do movimento nacionalista nas colônias.
Desde 1948, a revista mensal 'Mensagem' foi emitida, em que numerosos escritores das colônias publicaram suas obras. Com o início da guerra de independência em 1964, a publicação foi interrompida.
A Casa dos Estudantes do Império foi um espaço que albergou muitas figuras e personalidades da independência e da cultura, dirigentes e intelectuais dos