Cidade limpa

"Liberdade de escolha - o que vem a ser"?
Na ideologia capitalista, liberdade, significa poder de consumo e tudo não passa de uma questão de escolha do indivíduo. Essa crença no livre-arbítrio soa muito bem e é muito conveniente a sociedade do consumo que coloca a escolha (consumo) como principal objetivo de nossas vidas.
Mas como abordado no filme obrigado por fumar, "liberdade de escolha em um mundo dominado pela propaganda é liberdade de verdade"?
A resposta é simples e todos nós sabemos, baseando-se nas idéias de Lippmann, uma escolha absolutamente livre de influência em um mundo dominado pela propaganda é tão impossível quanto um ser humano livre de qualquer preconceito em um mundo dominado pelo estereótipo.
A indústria do tabaco é o grande exemplo de um mecanismo, que durante décadas nos vendeu veneno em embalagem de charme e sofisticação afirmando que temos liberdade de escolha e que quando impedida de continuar com a propaganda do seu produto, coloca que está é uma ofensa à liberdade de expressão, a livre concorrência e ao livre-arbítrio. Mas como realizar uma escolha livre de fumar ou não, se existe influência de propaganda afirmando que o tabagismo é algo sofisticado ao invés de enfatizar os danos à saúde? A Souza Cruz líder da indústria do cigarro em seu texto de autodefesa confunde omissão e manipulação da verdade com liberdade.
Como brilhantemente também propôs Lippmann “para a maior parte, a forma como vemos as coisas é uma combinação do que há lá e do que esperamos encontrar". Então nos oferecem liberdade de escolha em um leque de opções já pré-determinadas. No mundo capitalista temos o poder de escolha que vai de Coca a Pepsi, mas convém à nossa filosofia de vida acreditar que temos escolhas autônomas e praticamente infinitas.
Pode-se dizer então que muitas vezes confundimos opção com liberdade e isso nos convém. O importante é assimilarmos que a real liberdade além de não ser alterada sob forças de caráter influenciador se entende a termos