Cidadania

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Música e cidadania: com olhar mais atento para o samba
O surgimento de novos ritmos musicais, além das questões mercadológicas, foi acompanhado da necessidade de grupos se verem representados, seja pelas letras ou percussões. A criação de ritmos similares dentro de um mesmo grupo segue a mesma ordem, em que os compositores buscam a identificação, um espaço seu para se mostrar. Do negro ao branco, do pobre ao rico, a pergunta é: “essa música me representa?”.
O sambista atua como um cronista social. Por meio do samba, ele aborda inúmeros temas: fala da força do negro, da defesa pelo conteúdo nacional e da aversão aos estrangeirismos. Foi assim que ao longo da história do samba, pelo modo que o ritmo e o som eram usados, é que esse tipo musical foi se distanciando do sentido básico de “festa regada a música”. Mais do que animação, o samba deu sentido à expressão popular, especialmente, a partir da década de 30. O samba consolidou-se como um espaço de cidadania porque a cidadania é o espaço em que o cidadão busca o reconhecimento de suas posições diante da sociedade.
Paranhos salienta que o samba sofreu “nos primeiros tempos com as investidas policiais, que não poupavam a malandragem e a capoeiragem, ele foi achincalhado como ‘coisa de negros e de vadio’. O violão, companheiro das horas certas e incertas, foi desqualificado como ‘ instrumento de capadócios’”. Mas o tipo musical foi massificado e se tornou um símbolo do Brasil.
Apesar da possibilidade de interpretar no samba a mobilização popular da época, não é possível desassociar a música do momento que vivia no “Estado Novo”, de 1937. Os próprios sambistas, sendo produto do meio que viviam, também adotaram discurso pró-governo e políticas governistas; até mesmo adotavam “tons” questionáveis sob a ótica do hoje, como o teor machista e preconceituoso de algumas composições. O nacionalismo exacerbado, ou, o ufanismo, foi impresso no samba. No período do governo Vargas, o samba foi usado para fins do estado e, em

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