CI NCIA E HISTORIA DA CI NCIA
Qual a necessidade de estudos históricos sobre a ciência? Stephen F. Mason, autor de uma monumental obra, A History of the Sciences, não se dá ao trabalho de responder diretamente a esta pergunta. Seu estudo parte da ciência antiga na Babilônia e Egito e chega até suas manifestações mais modernas da atividade científica nos Estados Unidos e União Soviética. Na pratica, ele descreve o contexto social, político e cultural em que a atividade científica se desenvolveu, tratando de mostrar as interrelações entre a ciência e seu contexto mais amplo.
Em termos amplos, então, estudos históricos sobre a ciência permitem entender melhor uma época, saber em que medida um certo tipo de atividade denominada "científica" teve condições de florescer, e em que medida ele exerceu alguma influência sobre outros aspectos daquela sociedade.
Uma concepção mais restrita da história da ciência é aquela que deixa de lado as referências ao contexto histórico, ao ambiente social, aos condicionamentos econômicos, e se concentra na análise da evolução do conhecimento e das idéias.
O conhecimento da história da ciência permitiria, então, ter uma idéia do processo de desenvolvimento do conhecimento humano, de suas limitações e possibilidades, e ultrapassar assim as concepções utilitárias mais simplistas que tratam de vincular a ciência de uma dada época às demandas e pressões sociais que sobre ela se exercem mais diretamente.
2. CIÊNCIA NA PERIFERIA
Tanto os estudos mais preocupados com o contexto social, como os de Mason e Bernal (4), quanto os mais especificamente orientados para a história do conhecimento, como os de Khun e Heilbron sobre a história da Física Quântica(5), têm em comum o fato de se referirem aos centros que, em diversas épocas no tempo, estiveram à frente da atividade científica em sua época., Caracteristicamente, a ciência tende a ser entendida como uma sucessão de eventos - descobertas, novos métodos e teorias, revoluções conceituais - que se dão nos