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Nos grupos precedentes à revolução agrícola já havia uma divisão sexual de tarefas: ao homem cabia a caça e a preparação de todo o equipamento para a atividade, enquanto a mulher era a coletora e a responsável pela educação dos filhos. Com as mudanças ocorridas com a agricultura, o homem passa a derrubar os bosques e preparar a terra para a lavoura, enquanto a rotina da lavoura fica nas mãos das mulheres. São elas que cuidam da casa, das crianças, da comida e da colheita, submetidas à rotina massacrante dos dias iguais, que tolhem a criatividade e reduzem a imaginação ao horizonte de suas vidas.
O homem não é o principal produtor. De resto já não o era antes. Vimos que a atividade de coleta propiciava mais alimentos ao grupo que a caça, na maioria das vezes. O homem mantinha sua importância pelo significado que a carne tinha, pela sua relativa raridade até. De uma forma ou de outra, o homem era quem trazia alimentos para casa. Já nas sociedades agrícolas, a mulher era quem semeava, colhia e preparava os alimentos, ficando os homens fora da produção direta.
Então, como é que eles mantinham sua dominação sobre as mulheres? Através de mitos, ritos e instituições que institucionalizam seu poder virtualmente ameaçado. Por meio de crenças e cultos perpetua-se uma precedência social que já não corresponde ao papel masculino na nova economia dos povos agrícolas. Força física para dissuadir e manipulação do sistema ideológico para manter e reproduzir o poder foram armas do homem nas comunidades agrícolas.
Nas sociedades pastoris a dominação não precisava dessas sofisticações, uma vez que os homens desempenhavam relevante papel no sistema produtivo. Como resultado, a mulher ficava numa atitude mais submissa ainda.
A força do homem, que lhe dá condições melhores de guerrear - atividade freqüente no Neolítico -, faz com que sua precedência sobre a mulher se amplie. A diferença entre os sexos tem uma origem biológica, mas vai