Ceticismo Pascal, Hume e Kant

1298 palavras 6 páginas
Blaise Pascal

O projeto da filosofia de Pascal é mostrar que a tanto a adesão da consciência à juízos injustificáveis pela razão, quanto a suspensão desses juízos são insuficientes para levar o homem a verdade ou proporcionar-lhe tranqüilidade epistêmica. A condição humana é, pois miserável porque ao mesmo tempo em que é incapaz de chegar aos princípios ou à verdade através da razão, ele não consegue suspender os seus juízos, colocá-los em parêntese, por que a natureza socorre a impotência da razão e a impulsiona a não duvidar dos princípios naturais.
Porque não basta o reconhecimento da impotência da razão para que o homem permaneça num estado de tranqüilidade? É uma empreitada impossível para o homem duvidar de tudo que existe, embora ele saiba que racionalmente não há nada que demonstre que são verdadeiros os princípios naturais que aderiu seu juízo. A natureza é mais forte que a razão. O ceticismo pirrônico acerta em reconhecer a limitação da razão, mas erra segundo Pascal, em achar que é possível suspender o juízo sobre o mundo.

Contudo Pascal não quer apenas mostrar que a razão possui limites e supervalorizar o âmbito da natureza, mas sim mostrar que a condição humana é miserável. Essa tentativa humana de encontrar o que é mais verdadeiro revela que a condição humana é dual. Em algum momento o homem participou da divindade, mas foi submetido a condição animal graças à mancha do pecado natural, à queda. Esta queda embora seja incompreensível racionalmente, pela fé é o ponto de partida para a compreensão da condição originária do homem. Ele não é um ser natural, pois busca transcender a natureza pela razão e atingir os princípios verdadeiros, mas também não é um ser divino, e por isso não é capaz de alcançar estes princípios de uma forma “clara e distinta”. Por outro lado ele infere juízos verdadeiros, impulsionado por ímpeto que não está em sua alçada dominar. O homem se assemelha a um rei deposto que se nutre da nostalgia do tempo em que gozava

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