cecilia meireles

2946 palavras 12 páginas
Movimento correspondia à necessidade de atualização das estruturas, proposta por frações das classes dominantes, nos anos 30 esse projeto transborda os quadros da burguesia, principalmente em direção às concepções esquerdizantes (denúncia dos males sociais, descrição do operário e do camponês), mas também no rumo das posições conservadoras e de direita (literatura espiritualista, essencialista, metafísica e ainda definições políticas tradicionalistas, como a de Gilberto Freyre, ou francamente reacionárias, como o integralismo). Na verdade os dois projetos ideológicos parecem corresponder, para retomar aqui uma proposição de Mário Vieira de Mello, a duas fases distintas da consciência de nosso atraso: nos anos 20 a tomada de consciência é tranqüila e otimista, e identifica as deficiências do país - compensando-as - ao seu estatuto de "país novo"; nos anos 30 dá-se início à passagem para a consciência pessimista do subdesenvolvimento, implicando uma atitude diferente diante da realidade. Dentro disso podemos concluir que, se a ideologia do "país novo" serve à burguesia (que está em franca ascensão e se prevalece, portanto, de todas as formas - mesmo destrutivas - de otimismo), a consciência (ou a "pré-consciência") pessimista do subdesenvolvimento não se enquadra dentro dos mesmos esquemas, já que aprofunda contradições insolúveis pelo modelo burguês. A diferença entre os projetos ideológicos das duas fases vai principalmente por conta dessa agudização da consciência política. O "anarquismo" dos anos 20 descobre o país, desmascara a idealização mantida pela literatura representativa das oligarquias e das estruturas tradicionais, instaura uma nova visão e uma nova linguagem, muito diferentes do "ufanismo", mas ainda otimistas e pitorescas, pintando (como na poesia Pau-Brasil e em João Miramar, na Pauliceia Desvairada e no Clã do Jaboti, no verde-marelismo) estados de ânimo vitais e eufóricos; o humorismo é a grande arma desse modernismo e o aspecto

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