Ceará Moleque
CURSO – PUBLICIDADE E PROPAGANDA
DISCIPLINA – CULTURA BRASILEIRA
ESTUDANTE – ODAIR PRADO
O Cearense e a “Molecagem”
Este artigo revela-nos como ocorreu o processo de expansão e remodelação de Fortaleza de 1860 até 1930, com movimentos sociais e culturais marcantes como o movimento abolicionista, nas décadas de 1870 e 1880 que culminou na libertação dos escravos no Ceará, em 25 de março de 1884, quatro anos antes de a abolição ser oficialmente decretada em todo o país, em 13 de maio de 1888. Francisco José do Nascimento, também conhecido como Chico da Matilde e mais ainda como Dragão do Mar, liderou a participação dos jangadeiros no movimento abolicionista negando-se a fazer o embarque de escravos no porto de Fortaleza. O movimento literário Padaria Espiritual surgido em 1892 foi pioneiro na divulgação de idéias modernas na literatura no Brasil. Outras instituições da época foram o Instituto do Ceará e a Academia Cearense de Letras respectivamente fundadas em 1887 e 1894.
A palavra moleque é de origem africana e o Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira diz que ela provém do idioma Quimbundo onde o seu substantivo significava “negrinho” e o seu adjetivo “indivíduo sem gravidade, ou sem palavra”, ou ainda, “canalha, patife, velhaco”. Ainda, esse dicionário acrescenta que no português do Brasil a palavra passa a significar, também, “menino de pouca idade”.
Apesar de todos os exemplos de progresso presentes na capital cearense desde o início do século, o marco da “modernidade” fortalezense foi a implementação de um novo plano urbanístico. Em 1875, Adolfo Hebster, engenheiro da Província do Ceará e da Câmara Municipal de Fortaleza, contratado 20 anos antes pela Província de Pernambuco, concluía a Planta Topográfica da Cidade de Fortaleza e Subúrbios, baseada nas reformas realizadas em Paris pelo Barão de Haussman, no início do século XIX. O projeto, iniciado pelo arruador Silvia Paulet, em 1818,