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2763 palavras 12 páginas
O ORIENTALISMO NA PERSPECTIVA DE EDWARD SAÏD
Eva-Maria von Kemnitz
[Intervenção no Colóquio sobre a Vida, Pensamento e Obra de Edward Saïd, organizado pelo MPPM no âmbito da Segunda Semana da Palestina e realizado no ISCTE em 26 de Novembro de 2009]

Em primeiro lugar, desejo felicitar vivamente os organizadores desta homenagem a Edward Saïd pela oportunidade que ela oferece no sentido de aproximar esta figura multifacetada do público português. De entre as obras deste intelectual, foi precisamente o Orientalism (1978) que o projectou para a ribalta, sendo traduzido de imediato para inúmeras línguas, e que desencadeou acesos debates e controvérsias. Passados mais de trinta anos, deixou um legado.
Falar do Orientalism de Saïd implica, antes de mais, “desmistificar” ou, melhor, clarificar o termo - Orientalismo.
No caso presente, vamos falar do Orientalismo principalmente na perspectiva epistemológica, tendo em mente um conjunto de conhecimentos relativos ao Oriente. Esta definição embora correcta, remete para um outro conceito um tanto ambíguo. Como saberão o Oriente designa um ponto cardeal, mas também uma realidade de contornos geográficos vagos e sempre relativos, condicionados pela posição de quem a refere (E. Saïd, 1978; L.F. Thomaz, 1996; 2003).
Nesta perspectiva, o Oriente mais próximo de nós, da Europa, porque é no âmbito da cultura europeia que este termo nasceu, é o Próximo Oriente, às vezes referido como o Levante que coincide com um espaço de cultura predominantemente árabe-islâmica. Consequentemente, o termo “Orientalismo” será entendido aqui como um conjunto de conhecimentos relativos ao espaço da cultura islâmica, expressa nas línguas árabe, persa e turca, correspondendo, grosso modo, ao Próximo Oriente, ao Norte de África - que geograficamente não está situado a Oriente da Europa - e, numa perspectiva histórica, aos territórios, outrora islâmicos, da Península Ibérica, da Sicília e dos Balcãs.
Há evidentemente outros “Orientes” mais

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