Carta de um sucicida

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Carta de um suicida
A carta a ser analisada segundo as teorias psicanalíticas é a de um suicida, que conforme a Organização Mundial da Saúde está em terceiro lugar como uma das principais causas de mortes no mundo. Dentro da psicanálise, pode-se fazer mais de uma leitura sobre o suicídio, onde ele “está relacionado ao desejo do individuo, à angústia e a fatores psíquicos associados.” (SENNA, 2004)
Freud em sua obra Luto e Melancolia (1990), afirma que o sujeito só seria capaz de atentar contra a própria vida, caso renunciasse à auto-preservação, e que o narcisismo deveria ser considerado um dos fatores desencadeantes do suicídio. Assim, deve-se levar em conta para a análise da carta, dois instintos básicos: Eros - instinto de vida - e Tanatos - instinto de morte.
O conflito entre estas duas bases do sujeito pode levar ao ato suicida. Onde se destaca o Tanatos como forma para romper vínculos, os quais o rapaz da carta ressalta de forma explícita quando diz que nenhum membro da família acrescentou algo de bom ou fez algo de bom para ele, principalmente, a mãe.
O instinto de morte prevalece sobre o de vida, pois o rapaz demonstra no seu escrito, um profundo estado melancólico. Senna explica que dentro da melancolia existe uma característica, comum a outros distúrbios narcísicos, chamada de ambivalência, em que o sujeito tem sentimentos contrários, tanto amorosos quanto hostis.
O rapaz da carta apresenta sentimentos ambivalentes, pois ele tem vontade de “fugir da dor de viver e sente o desejo de viver ao mesmo tempo. Muitas pessoas suicidas não querem realmente morrer.” (World Health Organization, 2002, p.77, in BRUNHARI & DARRIBA, 2010). Ele não vê a morte como objetivo, mas quer parar de viver, deixar de ser consciente, para acabar com o seu sofrimento.
Nessa perspectiva pode-se dizer que o suicídio é um ato não racional, pois o sujeito vê a morte como única saída, mas não sabe o que ela significa.
Segundo Freud, a maior expressão da pulsão de morte é a

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