Caras Pintadas (história brasileira)
Para entender o fenômeno dos caras-pintadas é importante analisar o contexto no qual ele está inserido. O Brasil realizara recentemente eleições diretas para presidente em 1989, garantia que havia sido tomada ao cidadão brasileiro pelo regime militar, sendo que o último pleito direto, isto é, com a participação do povo, ocorrera em 1960. Tal fato era constantemente lembrado pelos meios de comunicação da época, enfatizando a importância da participação popular na vida política brasileira.
Em meio a todos os clamores a essa participação popular, procurando que de alguma forma recuperar o tempo perdido em meio ao marasmo dos anos de repressão, a mídia e a opinião pública reviviam intensamente os momentos em que de alguma forma a população se revoltou ante às arbitrariedades do regime de exceção, e entre os grandes momentos de luta pela democracia no país estavam os protestos estudantis de final dos anos 60, onde jovens universitários de pouco mais de 18 anos de idade saíam às ruas para protestar abertamente contra o governo, demonstrando ter alta organização, intelecto e politização, expressando ideias geralmente de esquerda, sendo que muitos perderam a vida, ou foram presos, ou relegados à clandestinidade, ou ainda perderam os direitos políticos e sociais.
Entre essas lembranças, e por isso mesmo, a eleição de 1989 assumiu um significado importante na história do país. Dela resultou eleito Fernando Collor de Mello, com uma plataforma de combate à hiperinflação, moralização e caça aos corruptos, que ficaram popularmente conhecidos como "marajás", termo bradado à exaustão por Collor e seus apoiantes.
Pouco depois,