Características populistas das alianças partidárias de Getúlio Vargas
Neste ensaio pretendemos através dos estudos sobre o conceito de populismo traçados por Laclau nos livros: Política e ideologia na teoria marxista: capitalismo, fascismo e populismo (1978), e La Razón Populista (2006) traçar algumas considerações analíticas sobre certas características de Vargas como líder populista.
Vargas é considerado um líder populista, e segundo alguns autores como Ianni
(1990) é preciso compreender o momento histórico em que o Brasil vivia, pois antes da
Revolução de trinta as estruturas políticas do Brasil na velha república eram oligárquicas, porém estas estruturas aos poucos vão se desgastando pela necessidade do país se aproximar mais dos modelos europeus e norte-americanos de desenvolvimento.
No entanto para se desvencilhar do atraso e começar se aproximar de políticas mais desenvolvimentistas era preciso uma aliança de classes.
O declínio da oligarquia e o surgimento do populismo são fenômenos relacionados tanto a crise das relações de dependência como às transformações sociais, mais ou menos intensas e amplas, havidas no interior das várias sociedades latinoamericanas. Ao surgirem novas forças sociais e políticas geradas com a urbanização, a industrialização e o crescimento do setor terciário, destroem-se algumas das bases mais importantes do poder oligárquico e criam-se as condições para novas formas de organização de poder (Ianni,1990,p.83).
Para conseguir romper com o modelo oligárquico era preciso criar um consenso, criar uma união ao menos aparente sobre as diferentes classes, o que numa perspectiva gramsciana é conhecido como bonapartismo, isso pode ser simplificado ao dizer que quando nenhuma classe política tem poder suficiente para ser hegemônica e um líder carismático acaba por se pôr acima das classes, o que faz com que o poder executivo se fortaleça frente ao poder legislativo.
As discussões de Laclau sobre populismo são