Capitães de Areia

CAPITAES DE AREIA
PB: Felipe
JG: Mateus
G: João Otávio
H1: Bruno
H2: Túlio
(Estão todos na cena... O homem não disse nada, sacou a caixa de fósforos, estendeu ao menino. Pedro riscou um e, enquanto acendia o cigarro, olhou para o homem. Depois, ao entregar a caixa de fósforos, perguntou:)
PB: Os senhores que se chamam Joel e Manoel?
H1: Por quê?
PB: Foi o Querido-de-Deus que nos mandou
H1: Mas são uns meninos! Isso não é negócio para meninos
JG: Diga o que é, a gente sabe fazer o trabalho direito
H2: Mas se é um negócio que talvez nem homens... (coloca a mão na boca, espantado)
G: Nós sabe guardar um segredo que tão bem como um cofre. E os capitães de areia sempre faz o serviço bem feito
H1: Os capitães de areia? Esse é o grupo de que se falam os jornais? De meninos abandonadas? São vocês?
JG: É a gente sim, e dos que manda
H2: (depois de pensar um pouco) Eu preferia entregar esse negocio a homens. Mas como tem que ser esta noite mesmo... O jeito...
G: Vai ver como a gente sabe trabalhar, não fique assustado
H2: Venha comigo. Mas deixem que eu vá à frente. Vocês irão uns passos atrás de mim
(Vão para uma espécie de sala, os três se sentam meio apavorados)
H1: o que vocês vão fazer é difícil e ao mesmo tempo é fácil. Ninguém pode saber
PB: Não passa daqui
H2: (olha as horas): São uma e um quarto, eles voltam as duas e meia...
G: Então não é muito tempo, se quer que a gente vá, é bom desembuchar logo
H1: Duas ruas adiante desta. É a penúltima chácara a direita
H2: Vocês entram pelos fundos. Tem um quarto por lá. É do empregado, que agora deve estar dentro da casa. é lá que vocês vão entrar
H1: Devem procurar um embrulho igual a este (tira o embrulho do bolso e mostra para os três). É igualzinho
H2: É essencial que ninguém saiba que houve furto desse embrulho. O que vocês vão fazer é trocar os embrulhos, se o outro estiver no quarto
H1: Voltem aqui só quando a rua estiver deserta, eu os esperarei. Acertaremos nossas contas então
JG: