capitulo 6 - livro explorações geograficas

ROSENDAHL, Zeny. O sagrado e o espaço. In (Castro, I. E. org.). Explorações geográficas: percursos no fim do Século. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.

O sagrado e o Espaço

“As palavras religião, sagrado, peregrino e cerimonial, entre outras, não aparecem nos dicionários básicos de geografia. Entretanto, elas indicam experiências humanas repletas de significados, tendo uma nítida dimensão espacial, interessando, portanto, à geografia.” (p. 119)

“Do início do século XX até aproximadamente 1960, os geógrafos buscam compreender a força da religião modificando a paisagem (...).” (p. 119)

“Foram valorizadas as relações recíprocas entre religião e ambiente, incluindo-se a análise da paisagem, o simbolismo dos lugares sagrados e as práticas espaciais associadas ao sagrado.” (p. 120)

“O propósito deste capítulo é explicitar que o sagrado se manifesta sob a forma de hierofania no espaço (ELIADE, 1959 e 1962), revela-se como um dom carismático que o objeto ou a pessoa possui (Weber, 1964) e se impõe por ele mesmo (Durkheim, 1968 e BERGER, 1985).” (p. 121)

“(...) o espaço sagrado é o locus de uma hierofania, isto é, uma manifestação do sagrado, a qual permite que se defina um “ponto fixo”, ponto de toda a orientação inicial, o ‘centro do mundo’.” (p. 121)

“O ritual da construção do espaço sagrado implica um duplo simbolismo. Primeiramente na construção do ‘centro do mundo’, este se constitui em um referencial, cujo prestígio está bem determinado. Em segundo lugar, a construção do espaço sagrado impõe uma interpretação simbólica da materialização do centro.” (p. 121)

“É possível distinguir dois elementos fundamentais no espaço sagrado: o ‘ponto fixo’ e o seu entorno. No primeiro, as formas espaciais existentes cumprem funções que estão diretamente associadas à hierofania materializada no objeto impregnado sagrado. O entorno possui os elementos necessários ao crente para a realização de suas práticas e de seu roteiro devocional. Enfim, define-se o