Canção "Pra não dizer que não falei das flores" e seu contexto histórico

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A canção “Para Não Dizer que Não Falei das Flores” foi composta em 1968, por Geraldo Vandré, momento em que o Brasil passava por momentos de conturbações políticas, momentos estes que foram marcados pela censura e pela repressão imposta pelo AI-5 da ditadura, inspirando muitos artistas a relatarem e fazerem suas denúncias sociais através de suas composições. Vários atores e músicos, como Chico Buarque, Marilia Pera, Mario Lago e Gilberto Gil foram exilados do país por causa da censura que condenava as criações desses artistas como sendo ofensivas ao governo ditatorial.
Na composição de Vandré de 1968 ele procurou transmitir uma mensagem que convocasse o povo brasileiro para lutar contra a ditadura.
Na primeira e segunda estrofe assim como em vários momentos ao longo da canção, o autor provoca no objetivo de convocar o público para lutarem, irem para a rua, como no verso “caminhando e cantando e seguindo a canção”, canção esta que seria as vozes entoando hinos e gritos nos protestos a pedido de mudanças na política. Todos sem exceções deveriam participar da luta por mudança, “nas escolas, nas ruas, campos, construções” uma vez que somos todos iguais independentemente da ideologia que defendemos “Braços dados ou não” e da classe social que ocupamos.
Já na terceira estrofe o compositor faz uma denúncia sobre a realidade social que se passava a comunidade brasileira, onde mesmo com todo o desenvolvimento econômico que a ditadura estava criando na primeira década do regime, havia ainda uma enorme miséria e fome ao lado de vastos latifúndios (plantações), como ele cita em “pelos campos a fome em grandes plantações”, explicitando a concentração de capital pela minoria burguesa. É também na terceira estrofe que ele coloca a acomodação das pessoas frente ao regime, pois ficam indecisas se enfrentam o regime ou não, aceitando-o por se sentirem reprimidos perante a dura repressão colocada pelo Ato Institucional 5 (AI-5) em dezembro de 1968, por isso ele coloca “e

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