Canones

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A História da Arte no Ocidente está amplamente arraigada nos cânones estabelecidos na Grécia de Platão e Aristóteles. As mais variadas manifestações artísticas possuem, desde aquele momento, os mesmos valores e aspirações. A busca pelo Belo, o Equilíbrio e um profundo desejo de Organização e apreensão da Realidade nunca haviam sido questionados sistematicamente até o advento das Vanguardas Históricas do início do século XX.
Cânone é modo pelo qual o objeto artístico é produzido e posteriormente fruído segundo os valores e o olhar de um grupo social dominante, num determinado momento histórico. É possível, assim, entender o pensamento dominante em cada período da História através de seus objetos canônicos. Para os gregos (que possuíam um enorme apreço pela Organização), eram preciosos na arte o Equilíbrio, a Proporção e o Ritmo que conduzem à Unidade. Platão e Aristóteles divergiam sobre a natureza da realidade (no mundo ideal ou no concreto), mas ambos identificam a Arte por uma aproximação do objeto com o Real.
O primeiro cânone estabelecido no teatro é a Tragédia Grega. Aristóteles descreve na Poética os elementos que considera essenciais ao gênero. Assim como em toda a produção intelectual grega, aqui também encontramos como medida de valor a Unidade. A Obra Trágica é a somatória bem equilibrada das unidades de Ação, Tempo e Lugar, que visa obter a catarse através da imitação de ações e caracteres reais (mimesis).
O cânone das três unidades e a valorização do trágico predominou por longos momentos do Teatro Ocidental, até o final do século XIX. Apenas a partir das grandes transformações em processo no início do século XX (a eletricidade, o cinema, a consolidada produção industrial européia, a corrida armamentista pré–Primeira Grande Guerra) é que a identificação da Arte com o senso de Organização e Unidade começou a ser questionado.
A agitação na Europa naquela virada de século era patente, e os movimentos artísticos não apenas refletiram essa tendência,

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