Camões
Curso: ________________________________________________________________
Nome: _______________________________________________________________
Nº_____ Turma: ___________
Disciplina: Português
Português
Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos
Lírica Camoniana
CAMÕES LÍRICO:
Camões produziu poemas nas duas vertentes que vigoravam no seu tempo, a medieval, expressa na “medida velha”
(redondilhas), e a clássica, expressa pela “medida nova” renascentista (sonetos, odes, elegias, canções etc), subdividida em lírica e épica (“Os Lusíadas”). Em ambas as vertentes, Camões foi o maior poeta do seu tempo.
Medida velha: escritas na mocidade do poeta, as suas redondilhas são, em geral, leves, brincalhonas, destinando-se à recitação na corte. Mas, ao género popular e folclórico da poesia medieval, Camões oferece dimensões mais vastas, fruto da sua grande experiência pessoal e de seu genial talento. O uso das antíteses e dos paradoxos ultrapassa as limitações formais das redondilhas, dando-lhes uma problemática nova, recheada de ambiguidades, trocadilhos, imagens e de magia verbal. Exemplo:
“PERDIGÃO PERDEU A PENA”
Mote alheio
Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.
Voltas
Perdigão, que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha...
Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado,
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre...
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha!
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Formadora,
A
Português
Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos
Lírica Camoniana
Neste vilancete, podemos observar a reflexão intelectualizada acrescentada à aparente simplicidade da forma emprestada da poesia popular medieval. A palavra é empregada como jogo por meio da ambigüidade dos sentidos. A palavra “pena”, por exemplo, é explorada em suas