calstells

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mbora confrontado com a multiplicidade dispersiva de tarefas e obrigações — que naturalmente preenchem o quotidiano do Presidente da República — continuei a interrogar-me, nos últimos anos, sobre a natureza e direcção do movimento que interliga informacionalismo, economia do conhecimento e sociedade em rede. Para onde nos está ele a levar? Que exigências coloca aos agentes económicos e aos decisores políticos? De que modo interfere ele no quotidiano e na definição dos horizontes existenciais dos cidadãos?
É de tal modo vertiginoso o ritmo a que se desenvolvem esses fenómenos, tão intenso o esforço dos analistas para encontrarem interpretações ajustadas ao que se passa, que o cumprimento do dever do Presidente da República de estar atento e tentar perceber o que muda à nossa volta dificilmente se compatibiliza com o exercício das suas actividades correntes.
Parar para pensar, de preferência na companhia dos que estão mais preparados para reflectirem, com fundamentos teóricos e empíricos sólidos, sobre o devir social, torna-se, nestas condições, uma exigência de bom senso elementar.
Reflectir, mais uma vez, sobre os constrangimentos e oportunidades ao alcance da sociedade portuguesa no contexto global de construção de sociedades em rede, foi o que decidi fazer, tendo para isso contado com o apoio — que considero um verdadeiro privilégio — do Professor Manuel Castells, sem dúvida um dos mais brilhantes e reconhecidos teorizadores da mudança social na era digital.
Nos dois dias de intenso trabalho do seminário por ele organizado em colaboração com Gustavo Cardoso, foi possível, graças à qualidade dos especialistas nacionais e estrangeiros presentes — cuja participação volto a agradecer nesta oportunidade em que se publicam as suas contribuições —, apresentar e discutir perspectivas actualizadas sobre as principais tendências de evolução em direcção à sociedade em rede. E, isso, sem perder de vista que tais tendências se concretizam, nos

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