c59b4b69ba521f

889 palavras 4 páginas
Nicolau Maquiavel

(1469-1527)

O destino determinou que eu não saiba discutir sobre a seda, nem sobre a lã; tampouco sobre questões de lucro ou de perda. Minha missão é falar sobre o
Estado. Será preciso submeter-me à promessa de emudecer, ou terei que falar sobre ele.

CONTEXTO HISTÓRICO
No início do século XVI a Itália se apresenta dividida em pequenos principados. Seus governadores são déspotas sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis.
A crise na estrutura do poder era consequência da instabilidade política que tinha sua origem na ilegitimidade do poder. Só se mantinha o poder pelas armas e a força militar italiana era constituída por mercenários. Isto tornava instável a conquista e a sua manutenção.

Havia um grande vazio: ausência de um poder central.
A Europa ocidental era monárquica e os principados italianos, presas fáceis. O cenário era de total desorganização política, militar e institucional devido ao anacronismo das cidades estado e pela ausência de um poder central forte.
A Itália estava dividida em ducados, principados e repúblicas, todas rivais entre si.

O foco é o Estado, não aquele imaginário e que nunca existiu; mas aquele que é capaz de impor a ordem.
O ponto de partida e de chegada é a realidade concreta – verità effetuale – ou seja, ver e examinar a realidade como ela é e não como se gostaria que fosse.
A ordem deve ser construída para evitar a barbárie. Uma vez alcançada, não é definitiva.

Como fazer reinar a ordem?
Como instaurar um estado estável?
Como resolver o ciclo de estabilidade e caos?

A ordem, produto necessário da política, não é natural nem a materialização de uma vontade extraterrena, e tampouco resulta do jogo de dados do acaso. A ordem, ao contrário, tem um imperativo; deve ser construída pelos homens para se evitar o caos e a barbárie, e, uma vez alcançada, ela não será definitiva, pois há sempre, em germe, o seu trabalho em negativo, isto é, a ameaça de que seja desfeita.

NATUREZA HUMANA E HISTÓRIA

Relacionados