Budismo Como Filosofia De Vida

BUDISMO
COMO
FILOSOFIA DE VIDA

Fernando Meyer Fontes

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A Verdade do Sofrimento
O budismo surgiu há cerca de 2500 anos na Índia, desenvolvido por Siddharta
Gautama, também conhecido como Shakyamuni, e por seus discípulos. Ao longo dos séculos, à medida que o budismo se espalhava pela Ásia, surgiram diversas escolas, seitas e tradições, assim como um extenso e exótico conjunto de rituais, paramentos e crenças. Neste ensaio, estamos interessados no budismo como a filosofia de vida que nos ensina a libertação do sofrimento e nos dá um caminho para a felicidade duradoura, e não nas diversas formas de manifestação religiosas criadas posteriormente. A doutrina e a prática budistas podem ser sintetizadas de forma simples e bela nos aforismos conhecidos como As Quatro Nobres Verdades. A partir de agora, vamos estudá-los detalhadamente.
A verdade do sofrimento (dukkha) nos diz que a vida é repleta de sensações e acontecimentos desagradáveis: doença, morte, guerras, tristeza, insatisfação, saudade, dor, etc. Mesmo quando experimentamos a felicidade, ela é temporária e inevitavelmente chega a um fim, pois, de fato, há cinco coisas que ninguém pode realizar: primeira, evitar a velhice, uma vez que todos estão envelhecendo; segunda, evitar a doença, quando o corpo é predisposto à enfermidade; terceira, não morrer; quarta, impedir a dissolução do corpo e quinta, impedir a extinção, uma vez que todas as coisas no universo chegam a um fim.
Há três tipos de sofrimento: a dor (duhkha duhkhata), que provém da dor física, da fome, da guerra, etc. Há o sofrimento da mudança (viparinama duhkhata), proveniente da impermanência das coisas, quando algo inicialmente prazeroso se torna desagradável. E há o sofrimento da existência (samsara duhkhata), que surge pelo simples fato de estarmos vivos, como doenças, a velhice, problemas típicos da adolescência, deficiências, etc.
Reconhecer que o mundo está cheio de experiências de sofrimento é o primeiro passo para nos libertarmos delas.

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