Bruxas de salém

FILME: As Bruxas de Salém O filme “As bruxas de Salém” tem como tempo o século XVI e como espaço o povoado de Salém, em Massachusetts, EUA. O filme trata de questões envolvendo práticas de bruxaria, condenadas pelos tribunais eclesiásticos, típicas representações do Direito Canônico, que perdurou como direito predominante sobre o direito estatal até esse período. A história tem início quando a negra Tituba conta histórias de bruxaria típicas das regiões africanas (determinadas pela cultura vodu) a suas amigas que passam a ter pesadelos. O filme mostrou muito bem sobre como as pessoas envolvidas com práticas anticristãs eram duramente condenadas. O filme ainda mostrou as duras punições a que várias pessoas estiveram submetidas frente aos tribunais eclesiásticos. A figura do inquisidor e a do povo daquela época, subordinado à religiosidade, foram muito bem caracterizadas na trama. A perfeita alienação dos religiosos sobre o povo é marcada quando esse povo se imbui de um espírito de caça às bruxas. Bruxas essas que deveriam ser castigadas duramente por desrespeitarem as leis divinas ao cultuarem o demônio.

Ficou ainda bem clara a figura do juiz Samuel Sewall, que julgou Tituba e outros acusados. Durante um ano, o povo de Salém ficou amedrontado com os rumores de bruxaria, seguindo ainda o fato de muitas pessoas terem sido declaradas culpadas e enfim, executadas frente ao público, para servir de exemplo a todos aqueles que ousarem contaminar a religiosidade. O papel do Estado parece invisível em meio ao poder e a influência dos tribunais religiosos, que ainda àquela época tomava o papel de punir e resolver determinadas questões que seriam resolvidas pelos tribunais do Estado. Mas por se tratar de almas que eram acusadas por cultuarem aquilo que não é divino, os tribunais da Igreja se encarregavam de punir, uma vez que tribunais do Estado eram responsáveis pelo comportamento do indivíduo no meio