BRASIL '' =ECONOMIA''

Na última década, o Brasil emergiu como um jogador chave no cenário mundial. Seu crescente papel na governança global e regional, no que concerne cooperação e investimento, tem tanto uma influência positiva quanto negativa, já que o Brasil acaba exportando seus próprios desafios internos sobre patrimônio, crescimento e sustentabilidade.
Por um lado, o Brasil tem mostrado grande sucesso na redução da pobreza através da implementação de programas sociais, como o de transferência de renda do programa Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos, que compra a produção de pequenos agricultores e distribui refeições para os alunos de escolas públicas, e mais recentemente o Plano Brasil sem Miséria, que visa aumentar o acesso a serviços públicos e incentivar a inclusão produtiva. Estes programas têm sido a estrutura principal da estratégia de combate à pobreza no Brasil. Por outro lado, há um novo polo dinâmico da economia brasileira composto por agronegócios, produção de biocombustíveis, mineração, construção, transportes e indústrias extrativas. Estes setores estão crescendo de forma agressiva e, em muitos casos, criando novas exclusões e agravando a destruição do meio ambiente.
Se olharmos para a Cooperação Sul-Sul, ao mesmo tempo em que o Brasil está ajudando a implementar programas de aquisição de alimentos em 10 países da África, ele apoia o setor do agronegócio para expandir sua produção de biocombustíveis de cana em solo africano. Portanto podemos dizer que o Brasil está exportando tanto os aspectos positivos quanto os negativos do modelo de desenvolvimento brasileiro. Então, como o Brasil poderia contribuir para um BRICS mais justo? Ao longo dos últimos 10 anos, 26 milhões de brasileiros saíram da pobreza graças a uma combinação de transferência de renda, apoio aos agricultores em situação de pobreza, políticas de emprego e um aumento do salário mínimo. Essas conquistas são consequências de décadas de alternativas locais feitas pela sociedade