Brasil emerge como potência militar
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Ircamericas *
Adital -
Tradução: ADITAL
Por Raúl Zibechi
Analista internacional do semanário Brecha, de Montevidéu; docente e investigador sobre movimentos sociais na Multiversidad Franciscana de América Latina, e assessor de vários grupos sociais. Escreve o "Informe Mensual de Zibechi" para o Programa de las Américas
Os acordos recém assinados com a França que, além da compra de armamento, auspiciam a criação de uma potente indústria militar, fazem parte da Estratégia Nacional de Defesa do Brasil, com a qual a nona potência industrial do mundo, possuidora das sétimas reservas de petróleo e da maior biodiversidade na Amazônia, se prepara para defender suas riquezas e projetar-se como nova potência política e militar.
O modo como se comportaram as grandes empresas da guerra moderna tem algo de telenovela. Imediatamente depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciasse que preferia comprar 36 caça bombardeiros de quinta geração da francesa Dassault, os outros dois competidores -a sueca Saab e a estadunidense Boeing- caíram em soluços, garantindo que seu amor pelos brasileiros é igual ou maior do que o dos franceses.
Essas declarações respondem ao interesse de cortejar o Brasil, que está renovando sua frota aérea e montando a mais importante indústria militar do Sul do planeta. No dia 7 de Setembro de 2009, ao comemorar a Independência do Brasil, Lula e o presidente da França, Nicolás Sarkozy, assinaram a compra de quatro submarinos convencionais e um nuclear e de 50 helicópteros de transporte militar por 12 bilhões de dólares. Ao mesmo tempo, Lula anunciou a compra de 36 caças Rafale, o que elevaria a conta a uns 20 bilhões de dólares.
O assunto dos caças se arrasta desde 1998. A Força Aérea Brasileira possui 110 caças fabricados nas décadas de 1970 e 80, demasiado velhos e de escassa utilidade para uma potência que