Brahma e Antarctica fazem megafusão
AmBev, a nova empresa, deve responder por 40% do mercado de bebidas e 70% do de cerveja
Brahma e Antarctica fazem megafusão da Reportagem Local
As arquirrivais Antarctica e Brahma deixaram de lado sua histórica -e agressiva- disputa pelo consumidor brasileiro de cerveja e refrigerante. As duas empresas se associaram e criaram a multinacional AmBev (Companhia de Bebidas das Américas) para disputar, juntas, também o consumidor internacional.
A associação foi comunicada ontem, em Brasília, ao presidente Fernando Henrique Cardoso pelos presidentes da Brahma, Marcel Telles, e da Antarctica, Victório de Marchi, em reunião de mais de uma hora no Palácio da Alvorada.
A nova empresa deve responder por cerca de 40% do mercado brasileiro de bebidas e por 70% da produção nacional de cerveja, o que a obriga a se submeter à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que julga casos de fusão que possam ferir a Lei Antitruste.
Para o secretário de Direito Econômico, Ruy Coutinho, o Cade não deve rejeitar a fusão, uma vez que o governo poder estabelecer condições para a aprovação. E citou a suspensão, por quatro anos, do uso da marca Kolynos, quando esta foi comprada pela Colgate.
Em nota oficial, Antarctica e Brahma afirmam que o controle acionário da AmBev é detido por investidores nacionais, que darão à empresa condições de concorrer no mercado globalizado.
Um dos objetivos da AmBev é a ampliação de mercados já explorados pelas sócias na Argentina, Paraguai e Uruguai, que compõem com o Brasil o Mercosul. Para isso, a nova empresa buscar parcerias e associações.
Outro objetivo importante é se antecipar à integração de 34 países americanos na Alca (Área de Livre Comércio das Américas), prevista para 2005. Até lá, a AmBev pretende abrir filiais em países latino-americanos e nos EUA.
Todos os recursos das sócias, segundo o comunicado, serão reunidos na AmBev, que passará a ter fábricas em 18 Estados e em três países -Uruguai, Argentina e