Bradford Burns

4703 palavras 19 páginas
RIO BRANCO E A SUA POLÍTICA EXTERNA.

São pràticamente inexistentes as declarações sôbre política externa deixadas pelo Barão do Rio Branco. Embora haja uma imensa bibliografia referente à sua carreira de Ministro de Relações Exteriores e os arquivos estejam repletos de material sôbre o assunto, mesmo as mais cuidadosas buscas serão infrutíferas para encontrar um programa formal e sistematizado, que tenha servido de guia à política externa do
Brasil durante os nove anos e dois meses do mandato de Rio
Branco . Devido às vantagens da perspectiva histórica, podese óbviamente reconstruir seus atos e, dêste modo, deduzir sua política externa. Essa maneira artificial de reconstrução é perfeita. Tende, porém, a ofuscar a realidade do fato de
Rio Branco nunca ter publicado oficialmente o programa de sua política externa para o Brasil. O estadista brasileiro parecia contentar-se em permitir que suas ações no âmbito da política externa falassem por êle. Álvaro Lins, em sua excelente biografia de Rio Branco, assim se expressou sôbre êsse fato:
"Poucos também lhe conheciam o pensamento nos negócios públicos antes que o exprimisse em ação" (1) .

Apesar da escassez de declarações sôbre política externa,
Rio Branco teve, òbviamente, idéias definidas sôbre as relações diplomáticas do Brasil, pondo-as em prática durante o seu mandato. Um de seus objetivos na política externa foi o de fixar os limites extensos e ainda mal definidos do Brasil. Suas vitórias nas controvérsias sôbre a posse do Território das Missões em 1895 e do Amapá em 1900, ambas submetidas a juízo arbitral, foram o início de uma série notável de intervenções diplomáticas, que terminaram com o tratado com o Uruguai, em 1909. Rio Branco prosseguiu com uma política de franca cooperação e amizade com os Estados Unidos, salientada pela
(1) . — Rio Branco (Rio, 1945), II, pp. 470.471.

— 368 -elevação das legações em Washington e Rio de Janeiro à categoria de embaixadas, em 1905, e pela visita

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