Bolsa Família

Desde o seu surgimento, em 2003, o programa social Bolsa Família divide opiniões. Destinado a famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza, o programa beneficia famílias com renda per capita inferior a 77 reais mensais. Durante a última eleição para presidência da república o programa entrou em pauta diversas vezes, sendo atacado pela oposição do governo que a instaurou. Sua eficácia e transparência foram questionadas e parte da população se mostrou descontente com a política de benefício.
A vendedora Roberta Alves dos Santos, 25, é taxativa ao dizer que não concorda com a iniciativa, "trabalho muito para manter meu padrão de vida e não gosto de pensar que estou sustentando alguém". Outras pessoas seguem a mesma linha de raciocínio que a vendedora, algumas delas afirmam que nunca chegaram a ler a proposta, apenas "ouve falar", como o biólogo Leandro Lima da Silva, 26.
Além da comprovação de renda, para permanecer com o benefício, as famílias devem manter as crianças na escola e devem ter acompanhamento médico. Cada criança entre 6 e 15 anos precisa manter presença escolar de 85% e todos devem manter a carteira de vacinação em dia. As gestantes devem cumprir com o pré - natal. O não cumprimento dessas exigências leva ao corte do benefício, segundo as notas disponíveis pela Caixa Econômica Federal.
A família da diarista Rosângela de Sousa Pereira, 46, é beneficiada. Com dois filhos menores para sustentar, ela utiliza o valor recebido para complementar a alimentação dos filhos. "Não temos estudo e nem sempre meu marido consegue trabalho, o benefício é o que garante que teremos como cuidar dos nossos filhos", mas a diarista não encara o benefício como uma situação permanente e sonha com o dia em que poderá abrir mão para que outra família possa ser ajudada.
Para o economista Vladimir Dantas, 41, o programa vem ajudando a diminuir a desigualdade social e já reduziu muito a que existia no país desde 2003. Em contrapartida o administrador Valdemir Costa, 39,