Bolivianos trabalhando na moda

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O perfil mais comum do “imigrante laboral” boliviano é homem, jovem, solteiro, pouco qualificado. Geralmente, ele já possui um contato na cidade, sejam familiares ou amigos, apesar de entrar de maneira irregular no país. O boliviano chega para trabalhar, majoritariamente, em tecelagens, onde é pago por peça produzida. As tecelagens, usualmente, funcionam em salas apertadas, que abrigam não só as máquinas, como também todos os empregados. Como se não bastassem as péssimas condições de instalação, quase dois terços do dinheiro pago diariamente a ele são descontados para sanar a “dívida” que eles têm com o contratante. O patrão - que pode ser judeu, coreano, brasileiro e também boliviano - "arca" com as despesas de moradia e comida. Assim, estabelece-se uma dependência muito forte, que, às vezes, pode constituir uma relação de semi-escravidão, já que o boliviano tem de trabalhar muitos anos até conseguir eliminar seu saldo.

É impossível restringir o fluxo migratório vindo da Bolívia. Os 3,4 mil km de fronteira impossibilitam a contenção de migrantes que fogem desesperadamente de um país que tem os piores indicadores sociais de toda a América do Sul. De acordo com o relatório sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), realizado pela ONU, a Bolívia ocupa a posição número 104, num total de 162 países. O Brasil, por exemplo, situa-se na 69º colocação. É por causa deste contexto miserável que muitos bolivianos se sujeitam a condições sub-humanas de trabalho em São Paulo. "Pelo menos existe emprego", explica René (Bolivano 32 anos, em São Paulo há 8).

A chegada sistemática dos bolivianos teve início nos anos 50. Porém, o motivo era bem diferente do atual. Muitos vinham para estudar e conseguir especialização. A partir da década de 80, a situação mudou: Para tentar a sorte no Brasil, os bolivianos usam diversas entradas, ultrapassam clandestinamente a fronteira em pontos como Guajará-Mirim (RO) e Cáceres (MT). Outra via de acesso comum é Corumbá (MS), por

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