Boias frias

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1.1. Considerações iniciais
Bóia-Fria é a designação popular do trabalhador rural, que se caracteriza pelo trabalho autônomo e temporário. Bóia-Fria porque essa categoria de trabalhador leva sua comida (bóia–comida) em marmitas a serem consumidas ao longo da jornada de trabalho, quase sempre quando já estão frias. Dessa continência nasce à denominação Bóia-Fria, para caracterizar o trabalhador rural autônomo.
O Bóia-Fria é contratado pelos proprietários de grandes lavouras, como é o caso da cana-de-açúcar nos períodos de safra, daí ser também denominado de trabalhador-safrista. Houve um tempo em que a legislação brasileira para o trabalho rural era omissa na questão do registro de empregado por períodos curtos de trabalho, de maneira que esse contingente, muito embora desenvolvesse um trabalho árduo, não possuía a cobertura da lei para tipificar o vínculo empregatício.
Havia dificuldades para se promover o registro de empregados do setor de cana-de-açúcar vinculados à cooperativa agroindustrial, uma vez o proprietário rural teria que registrar eventualmente um número muito grande de trabalhadores no plantio ou no período de corte, para trabalhar às vezes apenas um dia, uma manhã, uma semana ou pouco mais do que isto. Para o cooperado, pequeno proprietário, dono da gleba ou proprietário independente se tornaria inviável proceder ao registro de quatrocentos ou quinhentos trabalhadores por períodos tão curtos. Essa situação até pode ser compreensível do ponto de vista dos proprietários, porém, estaria longe de explicar, ou melhor, de solucionar o problema legal do trabalhador rural – o Bóia-Fria.
Mesmo os grandes proprietários empregam esses trabalhadores por períodos de dez a vinte dias, o que também não incentiva a formalização do registro dos trabalhadores. Há dificuldades de toda ordem: registros, anotações em CTPS, recibos de pagamentos e controles de jornada, formalização das rescisões, etc. Para muitos, as leis trabalhistas são aplicadas com todas as

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