Bobbio no contexto de overnanca mundial

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viável.

Em uma democracia representativa, via de regra, a Constituição contempla a proibição do mandato vinculado a interesses particulares, mas o que se vê é a constante violação de tal regra, pois os representantes eleitos por um determinado partido acabam por estar vinculados aos interesses particulares da agremiação partidária pela qual se elegeram ou a outros interesses ainda mais particulares [24].

Nesse passo, acerca do mandato imperativo, que é o mandato exercido pelos representantes eleitos vinculado a grupos representados, Norberto Bobbio questiona:

Além do fato de que cada grupo tende a identificar o interesse nacional com o interesse do próprio grupo, será que existe algum critério geral capaz de permitir a distinção entre o interesse geral e o interesse particular deste ou daquele grupo, ou entre o interesse geral e a combinação de interesses particulares que acordam entre si em detrimento de outros? [25].

Com essa indagação o autor sugere que aquele representante que no parlamento faz articulações com vistas a atender interesses particulares é porque tem um mandato imperativo, vinculado ao grupo representado.

No Brasil há inúmeros escândalos que são constantemente veiculados pelos periódicos envolvendo o uso da máquina pública a serviço das greis partidárias e interesses particulares. Convém observar que

A banalização desse comportamento de afronta às instituições de estado é um risco crescente para a democracia. Para o Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, o Brasil vive um "período singular", considerando os desrespeitos sucessivos patrocinados pelo próprio governo – que reproduziria, assim, práticas típicas de regimes totalitários [26].

Nesse marco, o Ministro Gilmar Mendes perfilha a tese de que há um sério risco de o País marchar rumo ao totalitarismo, sistema em que o governante não reconhece limites à autoridade do poder, e mostra-se preocupado com a perda da credibilidade das instituições brasileiras.

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