bioética

RESENHA II: ABORTO

Aparentemente, desde que o mundo é mundo, as mulheres se veem em situações em que não desejam ou não podem levar uma gestação à frente, logo, a decisão de interromper a gravidez não é uma atitude somente de mulheres modernas, já que desde a antiguidade, o aborto era largamente praticado como uma forma de controle da natalidade (na Grécia Antiga, por exemplo, o aborto era considerado por Aristóteles como método eficaz para limitar os nascimentos e manter estáveis as populações das cidades gregas e Platão opinava que o aborto deveria ser obrigatório, por motivos eugênicos, para as mulheres com mais de 40 anos e para a preservação da pureza da raça dos guerreiros) ou como um meio das mulheres evitarem terem filhos indesejados.
Em relação à opinião religiosa, a maioria sempre condenou o aborto (em 1869, a Igreja Católica declarou que os fetos tinham alma desde a sua concepção e, em 1917, declarou, também, que quem o praticasse seria excomungado), pois enxergam que o papel feminino é o de dar à luz e proteger o feto, e os Estados somente o proibiram em meados do século XIX, já que a sua prática nas classes sociais menos favorecidas, poderia representar uma diminuição da fundamental mão-de-obra para a continuação da Revolução Industrial. A política anti-aborto continuou de forma severa (em alguns países poderia ser punida com a pena de morte) durante vários períodos importantes da história e, somente na década de 60, iniciou-se a organização grupos feministas para que as mulheres tivessem o direito de decidir continuar com a gestação ou não.
Apesar de não ser feminista, sou da opinião que a mulher tem o direito de decidir se continuará com uma gravidez ou não, pois de nada adianta levar uma gestação durante 37-40 semanas e abandonar o bebê em sacos de lixo e em caçambas, como já foi visto inúmeras vezes na mídia e, atualmente, a ocorrência está cada vez maior. Por mais que existam métodos anticonceptivos, de nada justifica obrigar a mulher a