Bioética: suicídio

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O suicídio é, e sempre foi, um assunto polêmico. Ele desperta interesse, enquanto fato, de os médicos, psicólogos, juristas, sociólogos, filósofos, teólogos, etc. Em termos filosóficos, que mais interessam para a presente abordagem, é possível mencionar quatro formas de encarar o fato. Não deixando de ressaltar, é claro, que o suicídio está presente na obra de boa parte dos pensadores, desde os antigos até a contemporaneidade.
Platão afirmava que o suicídio somente é permitido (lícito) em caso extremo. Segundo ele, o melhor exemplo é o caso de um soldado ao ser apanhado pelo inimigo. Nas mãos de um inimigo, sob tortura, qualquer homem conta ou confessa coisas que não deveria, podendo até colocar em risco a soberania de seu país. Aqui, o suicídio pode ser considerado um ato heróico, na medida em que o suicida evita algo pior.
De acordo com o pensamento estóico, não muito distante do pensamento epicurista, o homem é livre para abandonar a vida quando bem quiser ou desejar. O suicídio, de certo modo, condiz com a morte do sábio, pois este pode escolher a melhor hora para deixar de viver. Este argumento é bastante sedutor, pois no meio de calamidades e sofrimentos, o suicídio pode parecer uma boa alternativa e, o suicidar-se é algo admirável.
Adentrando na modernidade, Immanuel Kant coloca-se terminantemente contra tal ato. Em termos kantianos, toda ação, para portar valor moral, deve poder ser universalizável. O suicídio poderia ser universalizado? Mesmo que a vida apresente muitos problemas, a sua dinâmica se dá entre os sentimentos de prazer e desprazer, sofrimento e dor. A prática suicida contraria toda a idéia de humanidade. O suicida trata-se como meio simplesmente. Será que a vida só possui valor quando é prazerosa?
Na contemporaneidade, uma corrente ética surge buscando tratar de todas as questões referentes ao viver humano: a bioética ou simplesmente “ética da vida” de acordo com a etimologia da palavra. Uma vida não é completa sem a morte. A morte

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