biologia

Monólogo, assassino a falar:
Eish meu, ainda me recordo daquela noite, aquela em que o meu anjo da guarda me foi tirado, passando assim a viver num inferno ditatorial até hoje.
HAHAHAHAHAH! E como e que eu poderia esquecer essa noite? Ela é a minha primeira memória, a única que, por mais que tente, não consigo esquecer.
Naquela noite o meu mundo desmoronou-se, toda a felicidade e segurança que tinha até então transformaram-se em infelicidade e escuridão.
Mas já que a recordo mais vale a pena recordar tudo não?
Eu só era um puto com os seu anos, franzino, pele tão clara como a neve, olhos e cabelo tão escuros como o carvão. As pessoas costumavam dizer que eu era muito parecido com a mãe, o que eu aceitava de bom grado.
Era uma fria noite de Inverno, chovia torrencialmente lá fora, e eu estava a brincar na sala de estar. Mas assim que o meu pai chegou a casa, ah esse cabrão, foi logo direitinho a sala de estar, ameaçar me de dar uma sova se eu não sai se de lá no momento. Claro que eu sai logo a correr não viesse o diabo atrás.
O meu pai sentou logo no grande cadeirão, e eu fui brincar para o meu quarto.
A noite, a minha mãe foi me levar o jantar ao quarto e assim que o acabei de comer, aconchegou me na cama e deu- me um beijo de boas noites (que lembranças tão boas, mas foi a tanto tempo).
A meio da noite começo a ouvir gritos, eu já sabia logo que se passava algo com a minha mãe (ela é que era o meu anjo da guarda, pois ao contrário do meu pai que passava a vida a bater me e a ralhar comigo. Ela vinha sempre defender me e ajudar me, pois ela gostava de mim asério. E o meu pai, inversamente a minha mãe, odiava me pois, na verdade, ele nunca me quis ter. Ela sujeitava-se a apanhar todas as minhas tareias e ralhetes só para me proteger), por isso fui logo a correr para a sala. Mas assim que cheguei lá, perdi logo a coragem toda. E porquê preguntas te tu? Porque, pela porta semi aberta consegui ver sangue no chão e depois vi um corpo cair. Era a minha mãe.