Biologia

1. Introdução

Na natureza, a germinação de sementes pode ser influenciada por fatores abióticos (como água e temperatura) e também por fatores bióticos, como a ingestão por diferentes animais, podendo estes atuar como dispersores ou como predadores (NAKAO & CARDOSO, 2010). O transporte de sementes para longe da planta mãe ocorre através de unidades de dispersão, os chamados diásporos, que podem ser sementes, frutos, a planta inteira ou parte dela, e pode ter como conseqüência o estabelecimento de novas gerações vegetais.
A remoção dos frutos da planta-mãe e sua deposição sobre o solo a alguma distância é chamada de dispersão primária. Contudo, uma vez sobre o solo, as sementes são freqüentemente transportadas para outras localidades pelos mais variados agentes, sejam abióticos, como enxurradas (HAMPE, 2004), ou bióticos, como animais que removem as fezes com sementes (ANDRESEN, 2002), ou removem as sementes das fezes e dos regurgitos de dispersores primários, ou os próprios frutos caídos sob a planta-mãe (FORGET & MILLERON, 1991; KASPARI, 1993; PASSOS & OLIVEIRA, 2003). O transporte das sementes uma vez que estas tenham chegado ao solo é denominado de dispersão secundária.
Certas plantas espalham suas sementes sem a intervenção de agentes externos (autocoria), enquanto outras dependem de agentes dispersantes, como o vento (anemocoria), a água (hidrocoria), animais (zoocoria) ou o homem (antropocoria). Estas categorias ainda podem ser subdivididas, o que evidencia a grande variedade de mecanismos envolvidos nessa etapa da vida das sementes. Estes mecanismos estão intimamente associados à diversidade morfológica da própria semente e dos frutos.
A dispersão realizada por animais apresenta como principais subdivisões o transporte de sementes realizado por:
- Formigas (mirmecoria): principalmente devido ao elaiossoma presente nas sementes, uma substância oleosa atrativa para estes insetos.
- Peixes (ictiocoria): que atuam como dispersores eficientes