BIOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS

BIOGRAFIAS NÃO-AUTORIZADAS

Este é um tema que tem sido ponto central nas discussões sobre biografias e tem se apresentado como uma questão altamente controversa. Envolvidos neste polêmico assunto existem dois personagens principais: o biógrafo e o biografado. Como harmonizar os diversos pontos de vista? Onde o leitor se encontra nesse turbilhão de opiniões cultas?
Na leitura sobre as várias reportagens e publicações pessoais sobre o tema, percebe-se que entre os biografados, ou “biografados em potencial”, existe uma enorme divergência de opiniões. Alguns se colocam contra a biografia não-autorizada e outros se colocam do lado dos biógrafos que são a favor, em sua maioria. A tônica dessa discussão foi uma biografia não-autorizada de Roberto Carlos escrita por Paulo Cesar Araujo no ano de 2007, que foi vetada por decisão judicial. Em reação a essa decisão, a Associação Nacional de Editores de Livros (Anel) propôs ao Supremo Tribunal Federal a adoção da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), para permitir a publicação de biografias sem autorização do biografado. Do outro lado, alguns artistas criaram a associação chamada Procure Saber, que defende o consentimento e autorização do biografado. O fato é que, quando se fala na publicação de uma biografia, uns pensam na literatura, na cultura e na história, outros pensam na lucratividade e no comércio, mas quem pensa na pessoa, que é a peça central de uma biografia, e que possui emoções, sentimentos e particularidades como qualquer um?
É necessário fazer a análise de qual é o maior interesse ao se escrever uma biografia. Também subtende-se que exista o mínimo de admiração e respeito da parte de quem escreve, ao estudar a vida e história de uma pessoa. O biógrafo e o biografado são duas peças que, caminhando juntas, tem o poder de trazer enriquecimento para a história do país, bem como para a história do indivíduo.