Biografias Autorizadas

Ultimamente têm-se discutido muito a respeito da publicação não autorizada de biografias, principalmente após a publicação de uma biografia do cantor Roberto Carlos em 2007 a qual não teve autorização prévia do artista e acabou sendo tirada de circulação. Em 2012 a ANEL (Associação Nacional dos Editores de Livros) entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no STF questionando os artigos 20 e 21 do Código Civil, que dizem respeito à possibilidade de proibição de publicações não autorizadas. Nesse ano de 2013, a polêmica em torno das biografias ficou ainda mais em destaque na mídia após diversos artistas se vincularem a grupos a favor ou contra a proibição de biografias não autorizadas. De um lado tem o GAP (Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música) que existe a mais de 10 anos integrando artistas como Fernanda Abreu, Frejat, Ivan Lins e é notoriamente contra a proibição da circulação de biografias, pois defende a liberdade de expressão. Já o grupo Procure Saber, criado esse ano, liderado pela empresária Paula Lavigne, e incluindo artistas como Roberto Carlos, Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan, é a favor da autorização do artista para qualquer publicação que utilize sua imagem, embora esse mesmo grupo se diga contra a censura prévia.
Sabe-se que na ditadura militar brasileira as autoridades se utilizavam muito da censura prévia, como forma de controlar a informação, deixando o povo ficar sabendo apenas das notícias e opiniões favoráveis a manutenção do regime. O irônico é que, na época, alguns desses mesmos artistas que, hoje, fazem parte do grupo Procure Saber, eram perseguidos politicamente por expor sua contrariedade a ditadura nas suas músicas. Cateano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque são exemplos desses artistas, que no passado sofreram com a repressão e a censura e hoje defendem que biografias só possam circular com autorização do biografado. O próprio Chico Buarque acabou se envolvendo em uma polêmica após afirmar que não tinha concedido