BIOGRAFIA NÃO O AUTORIZADA

INTRODUÇÃO

Sobre biografias não autorizadas é preciso entender diferentes conceitos que vão desde conceitos jurídicos, históricos e até sociológicos. Um indivíduo que assume uma vida pública, haja vista que isso é exclusivamente uma escolha do cidadão em questão, tacitamente aceita determinados encargos que vêm anexados a esse “estilo de vida”. Uma vez que o cidadão adote essa vida pública (Cabe aqui uma análise da palavra pública, segundo o dicionário Aurélio publicar é; 1. Dar conhecimento, 2. Tornar notório, 3. Público.). Ele passa a fazer parte da história e cultura de seu povo. Privar a população de ter conhecimento de pessoas públicas seria privar o povo de parte de sua história. Há na história de um povo toda uma construção social e cultural. Ao proibirmos, hoje, as publicações de possíveis biografias estariam censurando diretamente o direito ao conhecimento de nossos descendentes.
Vamos analisar com exemplos práticos, imaginem se fossemos privados de biografias do ex-presidente da República Getúlio Dornelles Vargas, olhe o tamanho do vácuo social e histórico com a qual conviveríamos hoje. O também ex-presidente Fernando Collor, o movimento de Impeachment de Collor foi e sempre será um marco para a nossa história. Agora trazendo para dias mais atuais, vamos criar a hipótese de que um jornalista se proponha a fazer uma análise do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A pergunta é. Será mesmo que, se para sua circulação, fosse necessária a aprovação prévia do biografado, a população algum dia teria acesso ao que realmente aconteceu nos bastidores do que é considerado o maior escândalo de desvios de recursos da história desse país, de maneira jornalística e imparcial? E mais, coloquem isso em escala geral abrangendo todos os possíveis envolvidos no esquema. Imaginem a dimensão do vácuo histórico envolvendo a questão. Alguém aqui se acha no direito de privar seus filhos e netos dessas informações?
A biografia não é meramente um livro de fofoca sobre a vida