Bioetica e biosegurança

A BIOÉTICA: UMA TÉCNICA DA ORGANIZACÃO SOCIAL
Tradicionalmente concebemos a natureza como algo fixo, formada por essências invariáveis, eternas, que agora se sabe que não são assim. Quando se dá conta que o conceito fixista da natureza caducou, a civilização se apresta a adentrar em uma nova concepção dos seres viventes, abrindo-se, deste modo, a um panorama de grande relevância, chegando a considerar mesmo os seres humanos como processos. Generalizando, e para uma melhor compreensão, o movimento da vida é um grande processo no qual nascem e morrem indivíduos.

Digamos que a bioética não cai dos céus, sua origem é muito mais modesta. Nasce da política como técnica de organização social que sempre resulta imperfeita. Tem êxitos e fracassos valendo-se da força coletiva da lei, impõe regras de conduta que beneficiam ao gênero humano.

A bioética não adota posições substantivas com relação a nenhuma questão. A bioética não é privativa de nenhum setor de opinião, em particular. A bioética mantém as portas abertas a todas as formas de pensamento, sem que nenhuma destas formas seja atacada por fundamentalismos ideológicos que travem as ópticas progressistas. O status moral da procriação e da morte, a pesquisa com embriões, a eutanásia, o aborto, a clonagem, a manipulação genética, etc., constituem matéria de reflexão, e não fatores para limitar o espírito humano a uma receita determinada.

A trajetória da bioética como disciplina está apenas a começar. Cabe a ela, então, resolver os novos problemas presentes e futuros, surgidos das ciências da vida, mediante o estudo dos conflitos de valor.

A bioética, ao assumir os conflitos de valor para resolução dos embates surgidos no campo das ciências da vida, que foram ainda trasladadas do terreno das discussões acadêmicas ao âmbito dos recintos parlamentares, tem como missão a reflexão dos dilemas modernos que traz consigo o avanço cientifico, a tecnologia e o progresso social, em geral. Restam as resoluções de