Bioestatistica
Conferência
Elaboração de protocolos de pesquisa
Arq Bras Cardiol volume 71, (nº 6), 1998
Seqüência Básica na Elaboração de Protocolos de Pesquisa
Bráulio Luna Fº
São Paulo, SP
Ninguém desconhece a tremenda evolução do conhecimento humano através dos tempos. Todavia é indiscutível que dentro as várias formas de conhecimentos – arte, música, poesia, política, teologia, etc – nenhuma teve maior influência sobre a história da humanidade do que o conhecimento científico. Não obstante este prestígio, o conhecimento científico da forma que o conhecemos hoje é uma aquisição relativamente recente. A maravilhosa jornada científica teve início no século XVI, na Inglaterra, com
Francis Bacon que, primeiramente, propôs uma maneira de desenvolvê-lo, estipulando para isso – o método indutivo experimental. Posteriormente, várias outras proposições sobre o assunto foram surgindo, e hoje, dentro do campo científico, aceita-se com variações, como o principal veio do qual se origina ou desenvolve o conhecimento – o método hipotético dedutivo. Para aqueles interessados em se aprofundar neste assunto, sugiro algumas fontes de consultas nas referências bibliográficas 1,2.
Podemos afirmar que a diferença fundamental entre o conhecimento científico e as demais formas de conhecimento, é que o primeiro além de ser fruto de observações rigorosas, planejadas e sistemáticas, procura sempre realizar conexões entre as coisas, estabelecendo generalizações capazes de explicar de maneira cada vez mais completa os fenômenos da natureza. Mas o que, especialmente, fez com que o conhecimento científico alcançasse o status que tem, é que ele é, essencialmente, crítico e exige uma constante e ininterrupta comprovação experimental das suas afirmações. Isto o torna, antes de tudo, um conhecimento em permanente construção. Este é principal corte epistemológico que o faz quase único e, ainda hoje, cada vez mais imitado por todas as atividades humanas que procuram