Bioeletricidade

4963 palavras 20 páginas
Na última década do século XVIII, o mundo estava prestes a iniciar uma revolução, tanto na sociedade quanto na ciência. O estudo do cérebro e da mente não era exceção. Um novo paradigma estava em gestação: a eletricidade estava substituindo a mecânica de uma vez por todas como a principal explicação física para a função do sistema nervoso.
Até aquela época, o principal modelo da função cerebral era baseado nas idéias de René Descartes (1596-1650), um dos maiores filósofos ocidentais de todos os tempos. Ao analizar fenômenos simples, como o movimento involuntário que ocorre em um membro quando alguém queima sua mão ou pé em uma chama, Descartes propôs a idéia do arco reflexo, e corretamente identificou seus componentes: a sensação de dor, a condução da mesma pelos nervos que levam ao sistema nervoso central, os nervos motores sendo excitados e finalmente os músculos que são responsáveis pela açào. Ele também reconheceu a importância da representação mental do mundo externo no cérebro. Ele escreveu: "A chama que queima a mão é transmitida pelo sistema nervoso até o cérebro como um estímulo, o qual atormenta o homem na forma de uma pequena chama."
Entretanto, ao propor um mecanismo para esta seqüência, Descartes era constrangido pelo conceito medieval de que o sistema nervoso era um conjunto de tubos hidráulicos. Influenciados por Aristóteles e Galeno (129-199 BC), os sábios daquela época achavam que a matéria cerebral era menos importante que os seus ventrículos, os quais se imaginava que fosse uma espécie de reservatório de fluidos e a séde da mente racional. De acordo com o autor Stephen Jones (The Brain Project), Galeno expandiu a teoria dos humores dos gregos antigos, e a combinou com o modelo aristotélico da alma, propondo que "o cérebro era a séde da alma racional. Ele recebia espírito vital vindo do coração, e o misturava com o humor sangüíneo. O cérebro separava então o espírito animal dessa mistura e o armazenava nos ventrículos cerebrais, distribuindo-o

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