Bactérias super-resistentes

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Bactérias super-resistentes

Investigadores portugueses acabam de revelar que a bactéria que hoje mais causa infecções nos hospitais - a "Staphylococcus aureus" ou, em português, estafilococo dourado - ganhou resistência aos antibióticos muito rapidamente, logo a seguir ao momento em que começaram a ser usados. Hoje, está na origem de quase metade das infecções contraídas nos hospitais de Portugal e dos Estados Unidos e não há quase nada que a mate.
Primeiro, a bactéria adquiriu resistência à penicilina, estreptomicina, tetraciclina e eritromicina, antibióticos introduzidos entre 1943 e 1960. Depois, em 1961, passou também a resistir à meticilina, apenas um ano após o início do seu uso terapêutico. E, conseguida a resistência a este medicamento, tornou-se imune a toda a uma classe de antibióticos - os chamados beta-lactâmicos, onde se inclui a penicilina, a amoxicilina ou a oxacilina.
O mais surpreendente é que uma estirpe desta bactéria que se encontra agora pelos hospitais europeus é uma cópia, ou clone, dessas primeiras bactérias resistentes à meticilina. Esta foi a conclusão a que chegou a equipa de Inês Crisóstomo, do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), em Oeiras, e principal autora de um artigo que será publicado no próximo número da revista norte-americana "The Proceedings of the National Academy of Sciences".
Face a este enorme problema de saúde pública, a equipa quis atacar o problema desde a origem. Para isso, recuou no tempo para identificar a estirpe que começou por não se deixar matar pela meticilina.
Mas porquê estudar a resistência à meticilina? Tamanha resistência aconteceu porque a bactéria inseriu no seu único cromossoma, onde se encontra o património genético, uma porção de ADN chamada mecA. Um gene que está nessa porção genética, e que a bactéria adquiriu de outra bactéria, é que a torna imune à meticilina. Isto porque esse gene comanda a ordem de fabrico de uma enzina que a torna resistente, explica Inês Crisóstomo, de 23

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