Bacharel

Por tanto procurei o que eu nunca encontrei,
Sufocava-me a noite esse vazio sem sentido,
Confessei para lua tudo que penso e não sei,
Fruto de algo incompleto num peito partido.

Prendia-me o tédio em balcão qualquer,
Culpa do que se espera e não acontece,
O copo cheio sem uma esperança sequer,
Alegria fingida de quem se entorpece.

Tamanha falta do que eu não entendia,
Fez-me esquecer do que não se devia,
Afogando em mim a ansiedade que sentia,
Esperando algo sem saber o que queria.

Quando tudo era pouco senão pior,
Descobri em meio ao meu impasse,
Quem me fizesse ser alguém melhor,
Alguém que apenas se importasse.

E quando o vento pára assim de repente,
E o tempo então hesita sem motivo algum,
Assusta-te o rompante do que se sente,
Sentimento tão intenso outrora incomum.

Como explicar-te o que mal compreendo,
Dizer-te palavras que desconheço,
Pois se o que nunca foste agora sendo,
Surpreende-me e como lhe agradeço.

Tu és aquela que me fez acreditar,
No entusiasmo pelo que eu espero,
És o motivo qual me faz acordar,
Com a certeza do quanto te quero.

Eternidade vivida a cada e todo segundo,
Encontro em teus sorrisos a sinceridade,
Nos teus braços, todo carinho do mundo,
Em teus beijos, a certeza da felicidade.

Se não sabemos o que nos espera,
Sei contudo no que eu acredito,
Aquela antiga tristeza passageira,
Deu lugar a tudo que agora sinto.

Quem é você que me faz assim tão bem,
Em quem encontro o mais belo dos olhares,
Se me pego sozinho pensando em alguem,
É você quem encontro em todos os lugares.

Porque é que me chamas tanta atenção,
O que tens que me prende desse jeito,
Se já lhe entreguei todo meu coração,
É porque não cabes mais no meu peito.

Por fim não só lhe digo mas confesso,
Que imaginar-me sem ti não mais consigo,
Se já lhe disse, repito e te peço,
Continue agora e sempre, feliz e comigo.