babyhalf

1081 palavras 5 páginas
Amar, Verbo Intransitivo
A história é sobre a iniciação sexual do protagonista, Carlos Alberto. Seu pai, Sousa Costa, preocupado em prepará-lo para a vida, contrata uma profissional para isso, Fräulein Elza (o grande medo de Sousa Costa é que, se seu filho tivesse sua iniciação num prostíbulo, poderia ser explorado pelas prostitutas ou até se tornar toxicômano por influência delas). Oficialmente, ela entra no lar burguês de Higienópolis para ser governanta e ensinar alemão aos quatro filhos do casal Sousa Costa, D. Laura.
Em 1o lugar, o tema é completamente inédito em nossa literatura e deve ter sido motivo de certo escândalo em sua época. Além disso, a iniciação sexual tranqüila e segura é vista como garantia para uma vida madura e até para o estabelecimento de um lar sagrado. Em suma, sexo é a base de tudo.
Pode-se afirmar que a intenção do chefe da família é fadada ao fracasso, pois Carlos não era virgem. Bem antes de iniciada a história, ele havia tido sua experiência sexual no Ipiranga, em meio à farra de seus amigos, com uma prostituta. Mas fora um ato mecânico, seco, pressionado pelos amigos. Não tinha sido, pois, uma iniciação completa.
Interessante é que Fräulein (em alemão essa palavra significa “senhorita”), realiza seu serviço com dignidade, não enxergando relação com prostituição. Assume estar realizando uma missão. Há aqui todo um jogo de querer e esconder, negar e afirmar, que vai perpassar a relação que Elza estabelecerá naquela casa.
Deve-se notar o comportamento de Sousa Costa. Sua atitude de contratar uma profissional do amor para realizar os serviços debaixo do seu próprio teto revela determinados valores da burguesia da época. Comporta-se como o novo rico que acha que o dinheiro pode tomar posse de tudo, até da iniciação sexual. São ricos que ainda não têm, no entender de Mário de Andrade, estrutura para merecer seu presente status. Ficaram notórias as suas críticas à burguesia paulistana e à sua mania de tentar ser o que não é ou

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