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A Namorada

Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai dela era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra por um cordão.
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada responde-se pela mesma pedra era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira.
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.

Manoel de Barros – tratado geral das grandezas do infinito
Rio de Janeiro: Record, 2001.

1. No poema A Namorada, o eu lírico anuncia o seu jeito de se comunicar com a namorada.

a) Que verso conta o que dificultava ou impedia a comunicação entre os namorados?

b) Que verso sugere o que o eu lírico se refere a uma outra época diferente da atual?

2. Leia os versos: • “O pai era uma onça”. • “No tempo do onça era assim”.

Explique a diferença de significado da palavra onça nesses versos.

3. A forma de comunicação entre o eu lírico e a namorada era bem-sucedida quando a namorada respondia pela mesma pedra.

a) Que verso indica que esse momento era motivo de felicidade para o eu lírico?

b) Em que situação a comunicação não era bem sucedida? Que verso transmite a apreensão do eu lírico?

4. No poema, o eu lírico cita o e-mail como um recurso de comunicação que ainda não existia naquele tempo. Considerando que o pai da namorada era uma onça, o que fica subentendido a partir do verso “Não havia e-mail”?

5. Identifique o sujeito das orações:

a) Nasci para amar os outros.

b) Tenho que me apressar; o tempo urge.

c) É uma estréia penosa e feliz cada livro meu.

d) Comigo vieram as crianças.

e) No jardim desabrochavam cravos e rosas.

f) Silêncio! Gritou irritado o chefe.

6. Leia as frases e, a seguir, responda as questões.

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