Autonomia e liberdade ,crises dos valores eticosna atualidade trabalho

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A CRISE DA ÉTICA HOJE

Hoje em dia muito se fala em crise da ética. Os progressos da técnica, as descobertas da ciência, as ideologias políticas levaram de roldão os princípios de ordem e as forças de ordenamento que, por séculos, guiaram, com a majestade de fins e virtudes éticos, morais e religiosos, a dignidade das ações e reações de indivíduos e grupos, de poderes e instituições. Por toda parte se instala cada vez mais a ordem da desordem. E ainda não é tudo. Nossa situação atual é bem mais grave. Não vivemos apenas uma crise de ética. Vivemos a radicalidade da crise. Na radicalização de contestar tudo e rejeitar todos, reside toda a nossa ética. A crise não é somente de regras, de parâmetros e padrões. É crise de princípio. Sua atropelada não subtrai apenas valores nem retira somente virtudes. Impossibilita qualquer valoração ou juízo de valor. Não se trata somente de trocar modelos, de por o comportamento em novas bases nem de dar às ações e à conduta outra fundamentação. A crise está muito mais embaixo. É tão radical que temos a necessidade da ética, e não apenas de uma nova ética, à flor da pele.

A pergunta, que aflora desta radicalidade toda, se formula sempre, de alguma maneira, se não expressamente, ao menos no fundo e como fundo de toda a angústia, que hoje nos sufoca. A pergunta é: ser-nos-á ainda possível pensar, daqui para frente neste terceiro milênio, numa ética, de qualquer natureza, que seja, em qualquer nível, que reste, com qualquer suposição, que se faça.!

Não estamos apenas em fim de milênio. Estamos em fim de história, da história metafísica do Ocidente. E na avalanche deste fim, a ética, como tal, a ética como ética, não apenas as normas, mas a própria possibilidade de impor normas e normatizar, perdeu todo sentido e desapareceu o vigor de sua força de convencimento. Assim hoje já não é possível não se falar em terror, já não se pode deixar de recorrer à

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