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Tráfico humano, consequência de um sistema idolátrico
1 Julgar a prática do tráfico humano a partir da fé leva a descobrir a dimensão mais profunda deste crime. Longe de esgotar-se em si mesmo, é uma questão social conectada a mecanismos globais derivados de uma estrutura política e econômica apoiada na injustiça e na desigualdade. É uma autêntica situação de pecado.1 O mundo contemporâneo “vive sob o domínio da injustiça e de um sistema cimentado em estruturas de pecado.”2 Tais estruturas estão ainda mais fortalecidas, agudizando a dramática situação dos mais pobres.3
2 O tráfico humano se constitui em um pecado concretizado em mentira, exploração e assassinato (cf. Jo 8,44), opressão da verdade pela injustiça e pela soberba diante de Deus (cf. Rm 1,18-19). Nesse mundo, milhares de seres humanos são jogados no abismo da morte do lucro desmedido. Aí se escondem os crimes mais cruéis contra inocentes, como no caso das vítimas do tráfico humano.
3 A exploração, compra e venda de pessoas não é apenas mais um dano colateral do sistema econômico atual. Seus mecanismos perversos escondem verdadeiras formas de idolatria: dinheiro, ideologia e tecnologia.4 O pecado do tráfico humano é uma consequência da idolatria do dinheiro: “Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6,24b). Na Bíblia, a idolatria aparece como geradora de pecados. Ídolo era aquele objeto, fruto de mãos humanas, incapaz de dar vida e ao qual se sacrificavam vidas humanas:

Transgrediram todos os preceitos do Senhor, seu Deus, fundiram para si dois bezerros e ergueram um tronco sagrado. Adoraram toda a milícia celeste e serviram a Baal. Chegaram a sacrificar seus filhos e filhas no fogo. Serviam-se de adivinhações e mágicas e entregaram-se a fazer o que é mau aos olhos do Senhor, a ponto de irritá-lo (2Rs 17,16-17).

4 Deus exige rejeição radical de outros deuses: “Não terás outros deuses além de mim” (Dt 5,7; Ex 20,3; cf. Ex 34,14; ). Adorar realidades criadas no lugar de Deus (cf. Is 10,11;

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