Augusto dos Anjos

Idealismo Falas de amor, e eu ouço tudo e calo! O amor da Humanidade é uma mentira. É. E é por isso que na minha lira De amores fúteis poucas vezes falo. O amor! Quando virei por fim a amá-lo?! Quando, se o amor que a Humanidade inspira É o amor do sibarita e da hetaira, De Messalina e de Sardanapalo?! Pois é mister que, para o amor sagrado, O mundo fique imaterializado — Alavanca desviada do seu fulcro — E haja só amizade verdadeira Duma caveira para outra caveira, Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!
No poema, acima Augusto dos Anjos condensa a "visão de mundo simbolista" à originalidade de uma linguagem nada usual em poesia, cuja junção sublinha quatro forças constitutivas: a contemplação paradoxal da morte, a angústia proveniente da vontade, o gosto pela putrefação da carne e o elogio da arte tal como um encaminhamento espiritual elevado. Na confluência desses elementos, a ironia transita estabelecendo contornos sarcásticos de sua visão pessimista de mundo. É de deveras importância ressaltar que, quando o poeta ataca o amor, ele se opõe à inautenticidade material da carne e à escravidão humana, diante da cachoeira de promessas em que se afunda a oratória amorosa da humanidade, a qual, muitas vezes, atua como serviçal das ideologias do poder.
*Fonte
https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20110225045857AAmBuL1 http://www.e-biografias.net/augusto_anjos/ *Biografia
Augusto dos Anjos foi poeta brasileiro. Sua obra é extremamente original alem de ser considerado um dos poetas mais críticos de sua época. Foi identificado como o mais importante poeta do pré-modernismo, embora revele em sua poesia raízes do simbolismo, retratando o gosto pela morte, a