ATUALIDADES E DESTINO DA GRAMÁTICA, DE MARCOS BAGNO

ATUALIDADES E DESTINO DA GRAMÁTICA, DE MARCOS BAGNOi

No texto “Atualidades e destino da gramática”, do sociolinguista Marcos Bagno, discute o paradigma da gramática tradicional e de uma nova forma de lecionar o ensino de língua portuguesa no Brasil. O autor começa elencando o que ele chama de: “sete pecados capitais da Gramática Tradicional”. Entre elas, destacamos a limitação da abordagem gramatical à frase ou à oração; a restrição do conceito de língua à escrita literária de autores consagrados; a análise da língua atual como se ela fosse morta, descartável; o comprometimento ideológico com as classes dominantes; a desconsideração das transformações da língua falada, impondo uma forma “certa” de falar; a imposição de regras que são consideradas certas por determinadas classes sociais e determinadas elites; e por último, o emprego da gramática como algo sólido, que já vem pronto. Segundo Bagno, o maior problema é classificar de norma culta da língua apenas a escrita literária, não considerando os usos da fala por parte dos cidadãos urbanos letrados, de classe média, no qual a pesquisa científica intitula de norma urbana culta. Ele também indaga sobre os escritos nos compêndios gramaticais de Rocha Lima e de Evanildo Bechara quando “grandes escritores” e “escritores corretos” aparecem como referência, pois quem, quais critérios e o que determina que esses gramáticos ou dicionaristas são os mais esclarecidos. Por fim, o autor critica a definição de Domingos Paschoal Cegalla, quando diz estar em seu compêndio à norma gramatical que as pessoas cultas falam e escrevem na época atual, pois quais são essas pessoas, quais os critérios, onde e com qual metodologia se define isso. Bagno relata o compromisso que a gramática possui com as classes dominantes. Ele também relaciona a gramática normativa a dogmas, axiomas que não aceita contestação. Apesar da crítica à gramática tradicional, Bagno afirma que não se trata de eliminá-la do ensino, mas através da