Atitude filosófica

IV. A Atitude Filosófica.

Atitude filosófica não é uma atitude natural. De forma imediata, qualquer um de nós enquanto analisamos a realidade de forma imediata, não examinamo-la de forma especulativa, mas sim, nos guiamos pelo senso comum, tendo como propósito resolver certas necessidades imediatas ou interesses concretos (atitudes naturais). Embora o homem seja inseparável das suas circunstâncias, não poderá ser reduzido a um mero produto das mesmas. O homem constantemente está se colocando diante de situações imprevisíveis que o obrigam a alargar seus horizontes para melhor compreender a realidade. Cada mudança representa, assim, uma nova possibilidade para ampliar o conhecimento. Essas mudanças inquietam o homem, e algumas vezes o maravilham, despertando em outras vezes a curiosidade quanto o porquê das coisas, nos levando a questionar o que nos rodeia. A atitude filosófica decorre do cotidiano, não sendo fácil caracterizá-la, dada a enorme possibilidade de aspectos que pode assumir. Vejamos alguns aspectos:

A) O Espanto.

Aristóteles afirmava que a filosofia tinha origem no espanto, na estranheza e na perplexidade que os homens sentem diante dos enigmas do universo e da vida. Para ele é o espanto que leva o homem a formular perguntas e buscas suas respostas.

B) A Dúvida.

O filósofo deve duvidar daquilo que é assumido como verdade adquirida. Ao duvidar este se distancia das coisas, quebrando assim a familiaridade com elas.

C) O Rigor.

O questionamento é o combustível para o verdadeiro filósofo. A crítica filosófica é radical, pois não admite compromissos com ambiguidades, ideias contraditórias e termos imprecisos.

D) A Insatisfação.

A filosofia é uma desilusão para aqueles que buscam através dela respostas para as suas inquietações. O que o aprendiz de filósofo encontra em seu cotidiano são perguntas e incitamentos para que não confie em nenhuma autoridade que não sua própria razão, para que duvide das aparências